quarta-feira, 27 de agosto de 2008
RODIN E EU
Estava aqui pensando no que eu iria escrever hoje quando me bateu meu velho instinto de lascívia e me fez procurar imagens interessantes para postar. Neste meio tempo, na caça por imagens, deparei-me com as obras de arte de RODIN.
Imediatamente fui à busca do site do seu museu para que melhor pudesse apreciar a delicadeza de suas obras.
Achei o site do museu: (http://www.musee-rodin.fr) O museu fica na França situado no Hôtel Biron, ao lado do Hôtel des Invalides, túmulo de Napoleão; e a cada espaço que eu vasculhava, ficava mais atraente aquela exploração.
Pude notar que Rodin compreendia perfeitamente até que ponto uma parte de uma obra artística era capaz de representar o todo dela.
Conhecer o Museu Rodin me fez fazer as pazes com Rodin, rompidas quando vi Camille Claudel - O Filme. Ela foi deveras talentosa e ele a fez ficar louca... Mas ele é quem era mesmo: Um verdadeiro gênio.
Tudo é de uma lascívia imensamente sedutora, de um movimento tão expressivo, tão descomedido, tão fascinante. O Beijo, me fez questionar como podemos nos contentar tantas vezes com apenas um selinho; Fugit Amor, porque hoje sofremos ao fim de uma relação. Nunca mais quero viver um amor que não seja tudo, uma vida que não seja abrasadora.
P.S. A primeira figura é de Fugit amor e a segunda O Beijo, by Rodin.
Nosso ritmo...
Minhas mãos caminham...
Meus pés tocam...
Percorro com olhos nus
A suave melodia do seu corpo.
A canção que ouço sair da sua pele
Desliza pelas paredes o nosso som
Um ar molhado embriagado
Une sua boca a minha.
Nossas línguas dançam agora a cada nota sentida,
Bailam em nossas bocas como se soubessem...
O tempo para a música acabar...
Saciam sua sede... Percorrendo agora suaves em seus ouvidos
Umedecendo o som da boca com o ar...
Na voz suave tom... a murmurar... a ensurdecer o corpo
Nessa sinfonia um ritmo...
No ritmo o nosso prazer !
LA TORTURA
Ay payita mía, guárdate la poesía
Guárdate la alegría pa'ti
No pido que todos los días sean de sol
No pido que todos los viernes sean de fiesta
Tan poco te pido que vuelvas rogando perdón
Si lloras con los ojos secos y hablando de ella
Ay amor me duele tanto
Me duele tanto
Que te fueras sin decir a donde
Ay amor, fue una tortura perderte!
Yo sé que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No sólo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo.
Sólo de errores se aprende
Y hoy sé que es tuyo mi corazón
Mejor te guardas todo eso
A otro perro con ese hueso y nos decimos adiós
No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal
No puedo pedir a los olmos que entreguen peras
No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal
Y andar arrojando a los cerdos miles de perlas
Ay amor me duele tanto, me duele tanto
que no creas más en mis promesas
Ay amor
Es una tortura
Perderte!
Yo sé que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No sólo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo.
Sólo de errores se aprende
Y hoy sé que es tuyo mi corazón
Mejor te guardas todo eso
A otro perro con ese hueso y nos decimos adiós
No te bajes, no te bajes
Oye negrita mira, no te rajes
De lunes a viernes tienes mi amor
Déjame el sábado a mi que es mejor
Oye mi negra no me castigues más
Porque allá afuera sin ti no tengo paz
Yo sólo soy un hombre arrepentido
Soy como el ave que vuelve a su nido
Yo sé que no he sido un santo
Y es que no estoy hecho de cartón
No sólo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo.
Sólo de errores se aprende
Y hoy se que es tuyo mi corazón
Ay ay, ay ay ay,
Ay, todo lo que he hecho por ti
Fue una tortura perderte
Me duele tanto que sea así
Sigue llorando perdón, yo ...
Yo no voy a llorar hoy por ti
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Laço
Eu era a ponta do laço e você o outro lado; e demos volta em torno de nós mesmos sem perceber o nó!
No desmonte da ultima vez pedaços de mim foram parar em seu corpo
e parte de mim recebeu seus traços característicos, e nesse engodo onde não mais interessa a direção, você me embrulha num abraço e diz que sou presente fraterno.
E tudo aconteceu assim...!
You Think You're A Man (Full Frontal)
Turn around
stand up like a man and look me in the eye.
Turn around
take one final look at what you've left behind.
Then walk away from the greatest lover you have ever known.
yes
walk away
you're telling me
that you can make it on your own
By yourself all alone without my help
mister
you just made a big mistake.
You think you're a man
but you're only a boy
You think you're a man
you are only a toy.
you think you're a man
but you just couldn't see
You weren't man enough to satisfy me.
Shut the door
take a look around and tell me
waht you find.
Shut the door
take a giant step for you and all mankind.
Then don't come back
I always gave you so much more than you deserve(
Now don't come back
'cause no one makes a fool of me
You've got a nerve to walk away
mark the words I'm gonna say
Mister
you just made a big mistake:
You think you're a man
but you're only a boy
. . .
You think you're a man
but you're only a boy
. . .
You think you're a man
but you're only a boy
. . .
You think you're a man
but you're only a boy
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
TER OU NÃO TER NAMORADO, EIS A QUESTÃO (Artur da Távola)
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
Parí confusão...
Eu.
Que significância tem meu coração diante do Gran kosmo
Com milhões de estrelas, tantas galáxias e sei lá quantos Sois?
De que vale minha tristeza nessa,
Realidade caótica em que acreditamos viver,
Pisamos nas formigas sem que nenhuma lágrima seja derramada,
Assim como o Meteoro vai passar e não vai sentir nada
Pelas vidas que se vão desse planeta.
Será pura vaidade toda nossa poesia?
Todo o universo vive em mim,
Porém não sou mais que um grão de areia.
Quanto menor sou,
Mais sou a pequena luz que está em tudo.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Viagens
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Delírium
Esbarro nos seus caminhos (Seduzido pelo aroma que emanas)
Encontrando seus olhares (Na cadência suave da dança do amor)
Sou teu lobo em fogo tatuado (Me embriagas assim durante semanas)
Dispo todas suas defesas (Sacias minha sede e me dás teu calor)
Meu território quero marcado (Num ritmo frenético de insano ardor)
Isso, venha, fique comigo (Contigo viajo por estradas sinuosas)
De frente, de costas, de lado (Toques sutis que aquecem e abalam)
Te consolo, te possuo, te quero (Recônditos frágeis ilusões perigosas)
No futuro, presente e passado (Ávido percorro labirintos lascivos)
Revivendo nossa paixão (Fantasias vívidas mistérios nocivos)
E nosso desejo desenfreado (Despertar de emoções suplício final)
Rego teu belo corpo, teu ventre jardim (Exploras meu corpo e minha mente)
Com meu prazer, deleite, esperança (Dissolves a necessidade do desejo)
Desvendando suas lembranças (perdido me vejo)
Experimentando todos os sentidos (Que nos invade e nesse louco momento)
E no desleixo dos corpos suados (Teu corpo meu vício nosso maior tormento)
Entregamos-nos a esse doce perigo (E na explosão final um vitorioso lamento)
Líquido
Resvalar nessa tênue linha imaginaria que divide o nada a coisa alguma. É possível, logo verás.
Reescreva possibilidades atrasadas num papel, que ele voará entre os continentes levando o recado urgente. Dê asas ao absurdo que não cabe nos olhos...
A cidade se inflama de pecado, sobretudo com minha mente e membro atrevidos procurando colo e o perfume do sexo que faz a pele queimar a roupa mostrando o poder das espumas do oceano em mim. Tudo acorda o desejo que dorme nas montanhas de minha alma. Passeia pelas ruas escuras nas assas dos pássaros noturnos.
Dirás palavras obscenas ao pé do ouvido causando arrepios nos pelos do ventre... Sim, a vertigem do sangue desemboca nas vielas do incognoscível. Ríspida, não se contenta nas veias e por isso corre apresada margeando a loucura do prazer.
Deixe o corpo tributar as mazelas da alma. Não nomeie esses instante imenso que fecunda rosas, jasmins, lírios...e tudo o que de mais belo tem na natureza. Afinal tudo é tão líquido no jardins do amor... Deixe a água correr... rsrsrs e delicie-se.
P.S. Detalhe, a ilustração é um chocolate.
Banho Quente...
Quando me lembro, cada movimento se repete!
Estava no chuveiro, você entrou... Olhar que me engolia...
Livrou-se das roupas e veio... Ao ver o tamanho da minha vontade estremeceu, Seu abraço me envolveu arrepiando a pele; Teus mamilos intumescidos colados em meu peito...Mãos firmes descem pelas costas...Seguem a linha da coluna...Apertam as nádegas...
Todas as sensações mescladas ao beijo quente, molhado, urgente.
Mordo de leve a tua boca provocando minha língua desliza pelo teu peito...Fica mais evidente tua minha fome por você...Desliza, lambendo meu ventre até encontrar o que quer... Gostoso, rijo, te querendo...Me faz gemer... Quase grito ante a visão da tua boca...Me fazendo desaparecer em você...Me enlouquece...Passa a língua de maneira indecente...Maldosa, mas prazerosa em mim.
Faz do meu corpo o palco das tuas delicias... Me quer inteiro na boca... E devagar, pressiona com os lábios...Sumo e apareço em você... Percebe minha agonia... Tua boca molhada que me deixa assim, maluco. Não suporta mais... Se me levanta,Tuas mãos tiram o cabelo do rosto... Alcança minha boca... Me beija com loucura... Boca escorregando... O barulho da água caindo sobre nós...
Nossos olhares que não se desgrudam... Se encosta na parede do Box...Te abraço por trás... Meu peito encostado nas tuas costas, o abraço apertado, sentindo todo corpo...Tuas mãos imobilizadas... Explode todo o mel... Liquido veneno que me embriaga. Enlouquece de tesão de prazer... Com tesão me oferece boca... Palavras obscenas nos ouvidos...
Vapor do nosso calor invadindo o banheiro... Tuas mãos em mim... E juntos, colados, Queremos mais, Nosso desejo é sagrado!
NAMOROFOBIA (Danusa Leão)
A praga da década são os namorofóbicos. Homens (e mulheres) estão cada vez mais arredios ao título de namorado, mesmo que, na prática, namorem.
Uma coisa muito estranha. Saem, fazem sexo, vão ao cinema, freqüentam as respectivas casas, tudo numa freqüência de namorados, mas não admitem. Têm alguns que até têm o cuidado de quebrar a constância só para não criar jurisprudência, como se diria em juridiquês. Podem sair várias
vezes numa semana, mas aí tem que dar uns intervalos regulamentares, que é para não parecer namoro. -É tua namorada? - Não, a gente tá ficando.
Ficando aonde, cara pálida? Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento, como se o título fizesse o monge, como se namorar fosse outorgar um título de propriedade. Devem temer que ao chamar de namorada (o) a criatura se transforme numa dominadora sádica, que vai arrastar a presa para o covil, fazer enxoval, comprar alianças, apresentar para a parentada toda e falar de casamento - não vai. Não a menos que seja um (a) psicopata.Mais pata que psico.
Namorar é leve, é bom, é gostoso. Se interessar pelo outro e ligar pra ver se está tudo bem pode não ser cobrança, pode ser saudade, vontade de estar junto, de dividir. A coisa é tão grave e levada a extremos que pode tudo, menos chamar de namorado. Pode viajar junto, dormir junto, até ir ao supermercado junto (há meses!), mas não se pode pronunciar a palavra macabra: NAMORO.
Antes, o problema era outro: CASAMENTO. Ui. Vá de retro! Cruz credo! Desafasta. Agora é o namoro, que deveria ser o test drive, a experiência, com toda a leveza do mundo. Daqui a pouco, o problema vai ser qualquer tipo de relacionamento que possa durar mais que uma noite e significar um envolvimento maior que saber o nome. Do que o medo? Da responsabilidade? Da cobrança? De gostar? Sempre que a gente se envolve com alguém tem que ter cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que não se deve respeito, carinho e cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que você vai para cama num dia e no outro finge que não conhece e isso não dói ou não é "filhadaputice".
Não é porque "a gente tá ficando" que o outro passa ser mais um número no rol das experiências sexuais - e só.
Ou é?
Tô ficando velho? Se estiver, paciência. Comigo, só namorando...kkkkkkkkk
Geração Fast Foda, ou o vazio do amor.
Sexo é diferente de amor.
Só escuto todo mundo falando que sexo é diferente de amor. Que fazer amor é lindo, encantador, delicioso...
Mas quando falam do sexo tratam o ato como válvula de escape de alguma coisa que ficou descompensada e ainda dizem: fazer sexo é muito bom. Porque as pessoas não fazem mais amor então? O fast foda está na moda? Não sei para que eu pergunto isso, se eu mesmo tenho a resposta.
Fazer sexo é agir por instinto... Poder puxar pelos cabelos da nuca, apertar o corpo com mais força, não virar com delicadeza, não sentir vergonha de ritmos e gemidos animais, chamar palavrões de baixo calão, poder sentir o cheiro do orgasmo e o coração querendo sair pela boca com aquela mistura de vida e morte.
Há os que digam que sexo é bom e melhor que sexo, só sexo por sexo! Sexo sem compromisso, sem querer apresentar a ninguém , apenas porque ele aquece, amolece, alivia e mela o instinto. È o tipo de sexo sem ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem falar no futuro...
Posso até fazer um slongan já:
Fast Foda: porque a vida é difícil, cansativa e ele relaxa. Ou, ainda poderá usar: Faça. Porque se não o fizer hoje, acabará por fazê-lo amanhã ou depois.
Mas sexo sem amor é ficar vazio. È ser vazio, estar nulo e não poder preencher o vácuo existente no outro. É não ouvir aquela voz doce ao pé do ouvido, como se revelasse um segredo, dizendo: "amo-te"; ter uma mão no ombro para aplacar a solidão, não ter alguém para apresentar à família e amigos com sendo a pessoa a quem você ama. Sexo sem amor é não ter a quem dar: o beijo de bom dia quando acorda na cama; a primeira fatia do bolo de aniversário; o primeiro abraço no Ano Novo; É não ter pra quem ligar contando as novidades boas (e as ruins), não ter com quem dormir grudadinho, ou mesmo puxar o lençol na cama, ou ainda ficar velando o sono...
Fast foda sim. Fazer sexo sem amor sim! Mas não para sempre. Afinal temos de dar uma oportunidade pro amor( por que este sim relaxa, cura o mau humor, ameniza as dificuldades e faz-nos flutuar).
Experimente ser amado.
Revendo as dores...
Hoje cedo, enquanto preparava meu chá para o desjejum, liguei o rádio para ouvir o que se passava pelo mundo. Pensei que me ouviria os porres das propagandas políticas, mas era demasiadamente cedo para que elas fossem veiculadas – o que achei ótimo.
O locutor, numa voz pior do que a minha, talvez por conta do sono... srrsrsrsr – soltava as notícias locais em gotículas avisando o que teria no seu menu: “O Presidente Lula estará no Ceará hoje, estaria no Pécem, em Quixeramobim e em Juazeiro para dar apoio políticos as bases locais do PT; A Igreja do Mucuripe entrará nos preparativos para a Festa de N. Sra. Da saúde (ou seria das dores?, não lembro)... Aí ainda falou algumas abobrinhas e passou a fazer uma oração à santíssima virgem. Foi neste instante que me deparei com uma dúvida.
Enquanto o locutor falava de Maria, eu fiquei imaginando: - Segundo o que dizem por aí, Maria não teve as famosas dores do parto, tão sofridas e inesquecíveis para as mulheres. No entanto será que ao longo de sua vida a Virgem não teve dores maiores, mais intensas e marcadas pela tristeza de não poder ir contra a vontade de algo maior que o seu instinto materno? O que teria Ela sentindo tendo de “aceitar” que seu filho gerado sem dor e concebido de forma inexplicável até hoje, passaria a ser perseguido pelos simples caprichos do poder? O que teria sentido Maria ao ver multidões pedindo que soltassem a Barrabás – conhecido como um dos piores elementos daquela época – ao invés de seu filho?
Coração de mãe resiste tanto? Vem cá, olha só, Maria ainda teve que ver o filho sendo humilhado em praça pública; sendo açoitado, cuspido, maltratado; carregando um objeto pesadíssimo numa hora em que se encontrava debilitado; Viu ainda, que foram poucas as pessoas que se preocuparam e ajudar; Ainda teve de suportar a visão do seu ‘menino’ crucificado agonizando em meio a revolta do tempo; Teve mais, teve de cuidar do corpo inerte e sem vida do filho que apresentava o corpo marcado pela ação brutal da ignorância humana, e até Ela(a Virgem) ter a certeza que o filho voltara a vida novamente, o que teria sentindo? Revolta? Sentia-se humilhada? Que consolo teria em saber que o seu Deus lhe dera um filho especial que ele (o filho) teria de passar por tudo aquilo sem que ela interviesse?
Será que algum dia Maria pensou: Valeu à pena ter enfrentado os comentários do povo? Ter enfrentado a ira de um homem que ainda não era o seu esposo pelo fato de estar grávida de DEUS? Ter fugido pelo deserto? Foi justo não ter tido as dores do parto? Foi justa tanta preocupação quando o filho desapareceu ainda pequeno, ou mesmo já adulto quando resolveu se exilar no deserto para pagar suas penitencias? Fui justo, se sentir dilacerada vendo o povo de sua sociedade ajudando a acabar com o seu filho, matá-lo?
Se Maria pudesse responder isso hoje talvez a resposta dela fosse igual a minha: - Estamos vivos! Foi pra isso que ele veio. (E se perceberia uma dor imensa no fundo da alegria radiante...)
Acredito que dores são coisas ruins. Porém piores são as pessoas, que só complicam suas vidas dando-lhes dores desnecessárias. Mas fica a dúvida: - E se ela tivesse sentido as dores do parto, amenizaria algo na história? Estaríamos aqui?
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
procurando por mim?
A esta altura da vida já não sei mais quem sou… Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR.
Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado CONTRABANDISTA. Se revendo algo MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR.
Para votar ELEITOR, mas
Para o Ibope ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR. Se sou rubronegro, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL , sou COLABORADOR ) e, quando morrer… uns dirão… FINADO, outros …DEFUNTO, para outros … EXTINTO, para o povão … PRESUNTO. Em certos círculos espiritualistas serei … DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui …ARREBATADO.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Lenda Inacabada (Parte 1)
PE(R)DIDOS
Depois de tanto observar o animalzinho no seu sono tranqüilo, o jovem caçador arrancou a blusa que usava para aliviar algo que o incomodava nas costas – artísticos arranhões marcavam aquela pele alva.
Em seguida foi até a varanda da velha choupana e sentou-se por ali. Antes, porém, teve o cuidado de colocar o cesto onde o animalzinho dormia em frente a porta que permaneceria aberta para o caso de ele despertar e ver que não estava sozinho.
Sentado de costas para a porta escancarada, o caçador virou-se para traz – queria assegurar-se que o bichinho ainda dormia.
-‘Como é linda esta criatura!- ele devia ter pensado. – Agora, ele em nada se parece com o bichinho fragilizado pelos ataques cruéis da existência predadora que outrora fora encontrado sofrendo, de asa quebrada, no jardim da Mãe Natureza. ’
Naquele instante o relógio da sala badalava os doze toques da entrada na meia noite – tão famosa pelo seu poder sobrenatural. Mas ali não existia feitiços para ser desencantados; nada nem ninguém virando abóbora; ou, muito menos ratinhos virando celebrados corcéis. Ali apenas existiam duas vidas interligadas pelo fio do cuidado.
Aquelas badaladas despertaram o bichinho (relógio sacana!). E do cesto onde estava ele podia ver o jovem caçador sentado no primeiro degrau de acesso a velha choupana; sem camisa e com o rosto esticado, olhando para o alto onde talvez, admirasse a renda cintilante das estrelas vazadas pela sóbria escuridão. Os portais de madeira polida da porta de entrada geravam a imagem emoldurada do jovem homem contemplador dos astros iluminado pelos raios azuis do luar – o que deixava aquela pele alva como o mármore branco.
Entretanto, como todo mármore, ele também apresentava veios destacados pelo luar e inflamados. O bichinho levantou-se cuidadosamente sem se fazer notar e ficou analisando as marcas presentes nas costas do caçador. Aqueles arranhões ficavam mais nítidos com a luz da lua que ressaltava os sinais púrpuros irritados de uma inflamação dolorida.
O animalzinho bateu asas e, como toda boa ave de rapina, aproximou-se do caçador sorrateiramente, que se assustou com o vento daquelas asinhas na suas costas.
-Ah, é você! Não estava dormindo? O que está fazendo aqui?
-Vi suas feridas ao longe e quero fazer algo para retribuir o cuidado que teve comigo.
O jovem caçador soltou um sorriso largo. O bichinho levantou mais no seu vou para que planasse no colo do caçador. Tão logo fez isso, o animalzinho pode sentir o calor das mãos do jovem lhe esquentando a penugem.
-Por que não me disse que estava machucado? Por que escondeu isso? – o bichinho quis saber.
-Ora, se você soubesse que eu estaria machucado você me permitiria cuidar de você? Acreditaria que eu, estando debilitado, poderia te ajudar, mesmo estando eu com dores – talvez não como as que você sentia, mas com dores?
O bichinho sorriu com os olhos e balançou a cabeça confirmando que não permitiria a ajuda.
-Pois bem. - continuou o caçador. - Naquele instante sua asa quebrada deveria estar doendo mais que os meus arranhões. Esqueci minhas dores e fui ao teu auxilio.
-Por que não me abateu? Não é isso o que um caçador faz, abater vítimas indefesas?
-Caçar nem sempre significa abater a caça, meu caro. No seu caso em especial, nem armas usei para te capturar e, você está aqui, agora comigo, não está?
-Sim, estou.
-Então, percebe que eu continuo como caçador e você como minha caça, mesmo que você não tenha conseguido fugir e, que eu não tenha tido o trabalho de ter-te perseguido para conseguir o que eu queria?
Uma rajada de ar gélido soprou forte naquele instante e fez o jovem caçador soltar um gemido de dor. O animalzinho percebendo que o sopro de Éolo machucava as costas do jovem pôs-se então a bater asas novamente e vôo sobre a cabeça do caçador, agarrando com uma das patas um tufo de cabelo do caçador, e o puxou.
-Agora você vem comigo, vou cuidar de você. – o animalzinho tentava puxar o caçador para dentro da choupana. As asinhas batiam a toda velocidade e com esforço para que o jovem levantasse.
-Bobo só você mesmo pra pensar que, com estas asinhas, poderia me erguer. – e levantou-se.
-Posso até não ter forças o suficiente para te levantar, mas dei o primeiro passo. Vem, entra logo pro frio não te machucar mais.
-Não se preocupe com o vento, ele veio apenas trazer a boa nova. Fiz um pedido as estrelas enquanto você dormia e fui atendido mais rápido do que pensava. Esse vento gélido que soprou não teve a intenção de me causar dano algum, veio apenas me trazer a resposta para o meu clamor...
-O que pediste?
O caçador abriu seu sorriso rosado enchendo a face de alegria, e respondeu:
-Pedi pra ser como você; ter asas para voar, para poder sair pro aí livre voando alto. Vou querer que você me mostre sua visão da vida, vista lá do alto. Quero poder voar na tua companhia para lugares que eu jamais poderia ir com minhas pernas.
O animalzinho parecia triste com aquele discurso. O caçador percebendo, logo o indagou:
-Ontem, quando eu voava pelo campo, para exercitar minha asa, passei num lindo lugar onde existe um desses poços que as pessoas acreditam ser mágico... Vi muita gente jogando moedas no poço e pedindo algo em troca. Horas depois, quando acabou a movimentação, eu me aproximei e a única coisa que eu poderia oferecer ao poço, era uma oliva que eu trazia na pata. Joguei-a lá dentro e fiz meu pedido... Pedi para ser transformado em gente, assim como você...
O jovem caçador pegou o bichinho, segurou-o bem e colocou-se olho no olho com ele e rindo, disse:
-Vem, vamos entrar, pois já é tarde. E não se preocupe: amanhã refazemos esses nosso Pe(r)didos. Mas aviso: vamos conservar as asas...
Lenda Inacabada
Porque as grandes decisões trazem à tona os sentimentos de insegurança? Quando o medo surge para nos atentar, porque ele insiste em querer sempre causar transtornos? Mudança deveria significar segurança, sem deixar espaços abertos para os medos fajutos se apossarem dos seres humanos.
Foi com esse raciocínio, que nos tempos das altas tecnologias – mesma época do inicio de grandes cataclismos, aconteceu um episódio que merece ser relatado. Na realidade, uma descoberta que trouxe uma profusão de sentimentos de mudanças, com medos e dúvidas a espreitar.
No ‘azulão’ fora convidado a conversar. O que o fez com gentileza, sem sombras, sem dores, sem nada a princípio. Estava deficiente, pode-se notar, com sua ‘geniosa tristeza’ de alma irrequieta e atormentada. Dizia: Pagar um alto preço por querer viver mil vidas em uma, mas, para cada uma delas, pagaria mais para ter outras tantas mil.
Entre risos e sinceridades, deixara escapar sua busca por instantes de felicidade, daqueles que fazem o coração palpitar rapidamente. E com isso deixara uma fissura se abrir em sua alma para que mais tarde pudesse abrir uma janela e convidar a luza a adentrar, clareando os caminhos sombrios daqueles pensamentos metodicamente desordenados.
No entanto, o alvo que era a alma, vira corpo, fazendo o gelo derreter. E o que estava derretendo, se solidifica... A respiração aumenta, o corpo salienta. E a vontade de beijar, intensa... É como se passasse de alcoólatra à bebida; sendo o cigarro pra o fumante, no seu inferno paradisíaco.
O outro, perspicaz, costuma “guardar” as conjugações expelidas. E faz-entender. Que delicia!
Seu rosto suado... Cabelos desalinhados... Passou da conta! Sedução pura, e sem rodeios. Saudade tem dor? Tem. E o seu nome... É... Você! Doce tara! Não te nego. Assino em baixo...
Engraçado: e pensar que foram encontrados, ambos, num jardim selvagem e poluído. O primeiro, um animalzinho machucado, com sua asa quebrada, doido pra voar, porem estava arredio; e sustentando uma máscara do mais fino cristal que possa ter existido, achando que com isso se livraria facilmente do caçador de Avalon.
Enquanto o segundo, vindo dos muros elementais de Avalon, analisava, cercava a presa da forma mais singela, podando-lhe as dores, tratando-lhe das feridas do afoito animalzinho, com a própria saliva. E fez de conta que não estava a enxergar nada por debaixo da máscara de cristal, na intenção de não intimidar a presa.
Caçador experiente, com tão pouca idade, ele surpreende. Falou do destino, faz um carinho no bichinho e disse que se ele (o animalzinho) quisesse, poderia seguir o caminho que as folhas secas traçam com o vento. Seria seguro ir com o vento e teria a proteção das folhas.
Cautelosamente, o caçador arrumava-se para partir. Foi quando o bichinho arregalou os olhos tentando encontrar forças para bater as asas apenas mais uma vez. O que fez. Ergueu-se com dificuldade e alçou vôo, pousando certeiramente no colo do caçador. Ele não o deixaria sair assim, sem ter a oportunidade de agradecer.
E então, pela primeira vez, o caçador pode ouvir a voz, delicada, levemente fragilizada pela dor aumentada com o esforço do vôo: - ‘Vou com você... ’.
Ewerton Reubens
01/08/2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Bem vindos ao meu mundo...Entrem se tiverem coragem. Saiam, se puderem.
Cada pedaço erquido aqui dentro fincará uma alma, resguardada num sentimento intenso-seja de amor ou ódio; de felicidade ou tristeza; de luxuria ou castidade; de maldade ou piedade.
Estará aberto para visitas de pessoas genisosas, interessantes, determinadas, meticulosas, substanciais, singulares, e sobretudo, ousadas.
No entanto aos desavisados, descuidados, tolos, hipócritas, medíocres, fanáticos, parasitas, e muitos outros seres insignificantes que insistem em rondar a existência humana, deixo uma advertência letal: Não entre aqui. Não te convido a entrar e se estabelecer. Não se permita ler nada que aqui estiver. Saia. Fuja. Corra. Morra.
Por mais ácido que possa parecer, esté mundoé também das maravilhas - não das falsas, mas das reais (daquelas, simples, que fazem o grande diferencial na vida de cada um). Para ser doce, necessita-se conhecer o amargo.
Não haverá provas, enigmas ou afins para que você se ache digno(a) de entrar no meu mundo. Mas se já chegou até aqui, resistiu sem asco, Venha, entre. Seja bem vindo!
Agora beba-me. Prove do meu néctar e perceba que ele é absinto.