segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vouyerismo II



Da rua, me chego à janela
e vejo o belo descendo a escada,
ele não fala.
De repente, ele Pressente:
- tem olhos aqui na sala.
E eu estou tão perto - sem fala.
Decerto, ele me ignora - por hora.

Pelo vidro da janela barroca
via o belo despidamente inundando a sala.
Descendo a escadaria fria
Que será que ele pensava?

Deslisava nos degraus com tanta graça
aquecendo e cintilando
Saberia que eu viria?
Estaria me esperando?
E de propósito fingia
que me ignorava?

Toda aquela beleza nua me ofuscava
fazendo-me escrever na cabeça
versos diversos,por observar tanta graça.

Sabia que eu iria
Para num futuro de poesia
Rirmar os seus com meus
dispersos em versos
queimarmos juntos no lume
a fantasia.

Safado...
ele me via.
e debandei - o medo me acometia.
Correu rapidamente pra janela - ao meu encontro.
Mais eu corria.

A força abriu a janela,
E ele soltou a fala:
quero que a sua fantasia seja real
e na minha sala.

E eu, que aquela rua descia
sorria pra Éolo - o vento
que, de tempos em tempos
ali novamente me soprava.

Perceba: imaginavas que nunca saí daquela sala...
é óbvio, assim como a luz clara.
nunca colocaram cortina
e minha jóia se tornou rara.
E nada de acabar por aí
não haverá rotina
enquanto houver vidro na sala.

by reubens, jun 29/06/2009