Todo dia, logo que chego ao trabalho e ligo o PC, aprimeira coisa que faço é abrir o site da A Capa para ver o qu etem de novo no mundo da diversidade. Hoje, apareceu um texto pra lá de bacana o qual eu acho que merece ser dividido.
Hienas são bichos que comem merda, mas vivem rindo. São predadoras de extrema destreza e crueldade. Rainhas do gongo, elas se atrevem até a encarar os leões na disputa por carniça. Relegadas a segundo plano na hierarquia da caça, esses animais também se fazem de vítima, traço muito bem captado pela hiena Hardy, desenho inesquecível da Hanna Barbera, com seu bordão "Ó, céus! Ó, vida! Ó, azar!".
Não somos viados. Somos hienas. Rimos de nossa própria desgraça, num sinal de contentamento automático com nossa miséria, com nosso destino de marginais tolerados, com nosso complexo eterno de inferioridade, com nossas brigas de egos. Quem vai liderar as hienas? Qual a hiena mais bonita do verão? Qual o novo point da carniça mais jovem da cidade? Precisamos nos distrair, enquanto os leões não chegam.
As hienas só se unem na hora de caçar, mas brigam quando vão repartir a carniça. Vivem em bando, mas é só uma miragem, uma aparência. No final das contas, a hiena bem-sucedida é aquela que tem o monte de merda só para ela. Esses bichos estão acostumados à barbárie da selva. Matanças são boas notícias para as hienas. É o prato do dia. "Ó, céus! Ó, vida! Ó, azar!", repetem a ladainha, como um tique de sua raça.
Dizem que hienas só transam uma vez por ano. Talvez na época da parada gay, mas os cientistas ainda não bateram o martelo sobre isso. Os viados fazem sexo com maior frequência. As hienas são egoístas. Pouco objetivos, esses animais vivem o seu dia como se fosse o último. Não guardam comida. Até seus filhotes são desmamados logo cedo. Hienas não têm paciência para essas coisas de família, de lutas coletivas, de direitos. Os viados se esforçam. (Sergio Ripardo é jornalista e autor do "Guia GLS SP" (Publifolha)).
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